A cor Amarela

O amarelo, associado ao sol, à luz e à energia, tem uma das histórias mais antigas e ricas no universo dos pigmentos. Desde os primórdios da arte rupestre, o ser humano buscou registrar o mundo ao seu redor com as cores que encontrava na natureza — e o amarelo foi uma das primeiras a ser descoberta.

O ocre amarelo talvez seja o mais ancestral dos pigmentos, extraído diretamente da argila rica em óxidos de ferro hidratados. Esta substância era moída e misturada com água ou gordura animal para criar tintas, sendo utilizada há mais de 17 mil anos em cavernas como Lascaux, na França, onde cenas de animais e símbolos misteriosos estampavam as paredes pré-históricas.

Com o passar dos séculos, diferentes civilizações inovaram na busca pelo amarelo perfeito. No Egito, o amarelo não era apenas cor: era status, simbolizando ouro e imortalidade, marcando objetos sagrados e paredes de tumbas. Outras culturas, como os romanos e os chineses, experimentaram minerais como auripigmento (ou orpimento), de um amarelo-limão intenso, porém altamente tóxico.

Idade Média

Já na Idade Média, o significado do amarelo oscilou entre a nobreza dourada e conotações negativas, muitas vezes associado à inveja ou traição. Novos pigmentos naturais e artificiais surgiram ao longo do tempo, desde extratos de plantas como cúrcuma e açafrão até compostos sintéticos modernos, muito mais estáveis e seguros, como o amarelo-cádmio.

Cada avanço na história do amarelo como pigmento revela não só a evolução das técnicas artísticas, mas também a relação da humanidade com a cor: ora admirada, ora temida, mas sempre essencial para traduzir o brilho e a emoção das obras humanas.